sábado, 20 de junho de 2015

O papel das letras na formação dos filósofos


João de Salisbury é o grande nome filosófico do Renascentismo do século XII. A Metalógica é agressiva em relação ao estudo da lógica da Gramática e da Retórica que é a arte de falar. João defendeu uma sólida formação nas Artes Liberais (Disciplinas necessárias para a formação do filósofo, constituído do Trivium que é: A Gramática, Dialética e Retórica. Quadrivium é: Aritmética, Geometria, Música e Astronomia) para que os estudantes conseguissem realmente tornarem-se sábios.
O autor defende a importância das letras na preservação do conhecimento, sendo ele o primeiro filósofo a desenvolver a ética na vida política. A filosofia é o amor à divindade, pois o filósofo é aquele que ama Deus, afirma Salisbury.
Para ele a luz se espalha assim que a leitura é exercida, sendo a gramática um importante fundamento do conhecimento, da escrita e do diálogo correto. Quanto mais se lê e mais conhecimentos alguém adquiri mais completa será sua percepção a cerca da elegância e da fundamental importância dos clássicos para a construção da sabedoria e por conseqüência maior será a clareza e capacidade de ensinar.
Deveriam praticar os exercícios da gramática, pois praticando-os desenvolver-se-á uma desenvoltura para oratória e para a persuasão que trazem muitos benefícios à vida, sendo benéficos também se a dedicação a eles for regida pela caridade e se o avanço literário for serviçal da humildade.
Segundo Salisbury só poderia ser considerado um homem educado aquele que fosse, ao mesmo tempo, formado no discurso e na moralidade. Por isso é razoável dizer que aquele que despreza a gramática não apenas não é um mestre, como não tem o direito de chamar-se nem de letrado.

Em Policrático combinou a crítica social com o esboço de uma ética política que continha uma passagem muito conhecida na qual justifica o assassinato do tirano. Salisbury pensava que o poder da autoridade não vem da linhagem, mas era uma missão de serviço conferida e controlada pelo clero. Se o senhor não atua de acordo com a lei divina proclamada pelo clero, torna-se um inimigo do bem comum e deve ser eliminado. A vida política torna-se pura arbitrariedade se não é controlada por normas éticas e religiosas.

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